Atacante revela admiração pelo Brasil, amizade com Maxwell e garante
que se não fosse por seu grande ídolo Ronaldo, 'não teria sido o mesmo
jogador'
A autobiografia do atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, do Milan, criou
polêmica antes mesmo de ser lançada por expôr detalhes da relação nada
amistosa com o treinador Josep Guardiola nos tempos de Barcelona. Mas no
livro Min historia, Jag är Zlatan Ibrahimović ("Minha história, eu sou
Zlatan Ibrahimovic", no original em sueco), o jogador faz mais do que
falar mal de seus desafetos. Ibrahimovic também revela sua enorme
admiração pelo futebol brasileiro, especialmente por seu grande ídolo
Ronaldo, e conta que, até o início da carreira profissional, ele torcia
pelo Brasil e não pela seleção de seu próprio país.
No livro, até agora lançado somente em sueco e italiano, o atacante
conta que nas divisões de base do Malmö ele e seus companheiros eram
escalados como gandulas nas partidas da equipe principal. Os colegas de
time se empolgavam por chegar tão perto de alguns jogadores da seleção
sueca terceira colocada na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Mas ele sonhava era com a dupla de ataque brasileira naquele Mundial.
- Eu também tinha assistido àquela Copa, mas eu era de Rosengard
(bairro de Malmö e um dos maiores guetos de imigrantes da Suécia) e não
estava nem aí para os suecos. Eu torci pelos brasileiros, para Romário,
Bebeto e os outros.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Ibrahimovic apresenta sua biografia na Suécia: histórias com brasileiros (Foto: Agência Reuters)
Com Ronaldo, que não chegou a entrar em campo no Mundial de 1994, a paixão do sueco pelo futebol brasileiro ficou ainda maior.
- Tinha um computador na sede das divisões de base do Malmö e, quando a
gente podia, ia lá para assistir aos vídeos do Ronaldo e do Romário.
Voltava a imagem várias vezes: "como é que eles fazem?". Observava os
mínimos detalhes e fiquei obcecado. Mas foi o meu jeito de chamar a
atenção no futebol.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Ibra exibe foto com Ronaldinho Gaúcho no livro
(Foto: Reprodução da biografia de Ibra)
Anos mais tarde, quando Ibrahimovic atuava pelo Inter de Milão e
Ronaldo pelo Milan, o jogador sueco virou vizinho de prédio do
brasileiro. O primeiro encontro dos dois em campo, no clássico de Milão,
ficou famoso por um vídeo na internet que mostra Ibra olhando o
brasileiro de cima a baixo (Europa via Maranhão: clique aqui para ver o vídeo de Ibra admirando Ronaldo e dê sua opinião sobre o atacante do Milan). O próprio Zlatan comenta o vídeo em sua biografia.
- Eu estudava cada detalhe do Ronaldo, seus dribles e sua aceleração.
Sem ele, eu não teria sido o mesmo jogador. E eu não sou do tipo que se
impressiona fácil. Já encontrei todas as celebridades possíveis, já
jantei com o rei da Suécia e pensei "de que jeito eu seguro o garfo?",
"devo tratá-lo por você ou 'Sua Majestade'?", mas não fiquei nervoso.
Mas com Ronaldo foi diferente. Tem um filme em que estou mascando
chiclete e não paro de olhar para ele, como se eu não pudesse acreditar
que eu e ele estamos no mesmo campo de futebol.
Outro jogador brasileiro muito admirado por Ibrahimovic e considerado
seu melhor amigo no futebol não faz parte da lista dos mais famosos na
sua terra natal nem nunca chegou a entrar em campo pela seleção
brasileira principal. O lateral-esquerdo Maxwell, do Barcelona, atuou ao
lado do sueco no clube espanhol, no Inter de Milão e no Ajax, logo no
início da carreira. Os dois chegaram juntos ao clube holandês, aos 19
anos. Zlatan conta que havia gasto todo seu dinheiro num carro novo e
que, sem a ajuda do brasileiro, teria ficado até sem comer.
- A culpa era minha. Nem me toquei que somente receberia meu primeiro
salário um mês depois de chegar ao clube. Eu e Maxwell tínhamos trocado
telefone, ele pareceu um cara legal e falava inglês muito bem. Liguei
para ele e disse: "Maxwell, crise! Não tenho nem cereais para comer.
Posso ficar na sua casa?". E ele respondeu: "Claro, vem direto para cá".
Se eu tiver algo ruim para dizer sobre ele é que Maxwell é bonzinho
demais. Difícil alguém assim se dar bem no futebol, o que é ainda mais
incrível no caso dele.
Além dos elogios aos brasileiros e críticas a Guardiola, a quem chama
de "filósofo", as partes mais interessantes do livro estão no capítulo
em que Ibrahimovic detalha como ele e seu agente, Mino Raiola,
inventaram uma proposta do Real Madrid para convencer o Barcelona a
negociá-lo para o Milan por um preço mais baixo, com medo de que o sueco
parasse no arquirrival. O jogador garante que o presidente do Barça,
Sandro Rosell, assinou a rescisão de seu contrato dizendo que estava
levando prejuízo e fazendo "o pior negócio de sua vida".
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Biografia também registrou encontro de Ibra com Pelé em evento na Suécia em 2008 (Foto: Reprodução )
que se não fosse por seu grande ídolo Ronaldo, 'não teria sido o mesmo
jogador'
A autobiografia do atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, do Milan, criou
polêmica antes mesmo de ser lançada por expôr detalhes da relação nada
amistosa com o treinador Josep Guardiola nos tempos de Barcelona. Mas no
livro Min historia, Jag är Zlatan Ibrahimović ("Minha história, eu sou
Zlatan Ibrahimovic", no original em sueco), o jogador faz mais do que
falar mal de seus desafetos. Ibrahimovic também revela sua enorme
admiração pelo futebol brasileiro, especialmente por seu grande ídolo
Ronaldo, e conta que, até o início da carreira profissional, ele torcia
pelo Brasil e não pela seleção de seu próprio país.
No livro, até agora lançado somente em sueco e italiano, o atacante
conta que nas divisões de base do Malmö ele e seus companheiros eram
escalados como gandulas nas partidas da equipe principal. Os colegas de
time se empolgavam por chegar tão perto de alguns jogadores da seleção
sueca terceira colocada na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Mas ele sonhava era com a dupla de ataque brasileira naquele Mundial.
- Eu também tinha assistido àquela Copa, mas eu era de Rosengard
(bairro de Malmö e um dos maiores guetos de imigrantes da Suécia) e não
estava nem aí para os suecos. Eu torci pelos brasileiros, para Romário,
Bebeto e os outros.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Ibrahimovic apresenta sua biografia na Suécia: histórias com brasileiros (Foto: Agência Reuters)
Com Ronaldo, que não chegou a entrar em campo no Mundial de 1994, a paixão do sueco pelo futebol brasileiro ficou ainda maior.
- Tinha um computador na sede das divisões de base do Malmö e, quando a
gente podia, ia lá para assistir aos vídeos do Ronaldo e do Romário.
Voltava a imagem várias vezes: "como é que eles fazem?". Observava os
mínimos detalhes e fiquei obcecado. Mas foi o meu jeito de chamar a
atenção no futebol.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Ibra exibe foto com Ronaldinho Gaúcho no livro
(Foto: Reprodução da biografia de Ibra)
Anos mais tarde, quando Ibrahimovic atuava pelo Inter de Milão e
Ronaldo pelo Milan, o jogador sueco virou vizinho de prédio do
brasileiro. O primeiro encontro dos dois em campo, no clássico de Milão,
ficou famoso por um vídeo na internet que mostra Ibra olhando o
brasileiro de cima a baixo (Europa via Maranhão: clique aqui para ver o vídeo de Ibra admirando Ronaldo e dê sua opinião sobre o atacante do Milan). O próprio Zlatan comenta o vídeo em sua biografia.
- Eu estudava cada detalhe do Ronaldo, seus dribles e sua aceleração.
Sem ele, eu não teria sido o mesmo jogador. E eu não sou do tipo que se
impressiona fácil. Já encontrei todas as celebridades possíveis, já
jantei com o rei da Suécia e pensei "de que jeito eu seguro o garfo?",
"devo tratá-lo por você ou 'Sua Majestade'?", mas não fiquei nervoso.
Mas com Ronaldo foi diferente. Tem um filme em que estou mascando
chiclete e não paro de olhar para ele, como se eu não pudesse acreditar
que eu e ele estamos no mesmo campo de futebol.
Outro jogador brasileiro muito admirado por Ibrahimovic e considerado
seu melhor amigo no futebol não faz parte da lista dos mais famosos na
sua terra natal nem nunca chegou a entrar em campo pela seleção
brasileira principal. O lateral-esquerdo Maxwell, do Barcelona, atuou ao
lado do sueco no clube espanhol, no Inter de Milão e no Ajax, logo no
início da carreira. Os dois chegaram juntos ao clube holandês, aos 19
anos. Zlatan conta que havia gasto todo seu dinheiro num carro novo e
que, sem a ajuda do brasileiro, teria ficado até sem comer.
- A culpa era minha. Nem me toquei que somente receberia meu primeiro
salário um mês depois de chegar ao clube. Eu e Maxwell tínhamos trocado
telefone, ele pareceu um cara legal e falava inglês muito bem. Liguei
para ele e disse: "Maxwell, crise! Não tenho nem cereais para comer.
Posso ficar na sua casa?". E ele respondeu: "Claro, vem direto para cá".
Se eu tiver algo ruim para dizer sobre ele é que Maxwell é bonzinho
demais. Difícil alguém assim se dar bem no futebol, o que é ainda mais
incrível no caso dele.
Além dos elogios aos brasileiros e críticas a Guardiola, a quem chama
de "filósofo", as partes mais interessantes do livro estão no capítulo
em que Ibrahimovic detalha como ele e seu agente, Mino Raiola,
inventaram uma proposta do Real Madrid para convencer o Barcelona a
negociá-lo para o Milan por um preço mais baixo, com medo de que o sueco
parasse no arquirrival. O jogador garante que o presidente do Barça,
Sandro Rosell, assinou a rescisão de seu contrato dizendo que estava
levando prejuízo e fazendo "o pior negócio de sua vida".
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Biografia também registrou encontro de Ibra com Pelé em evento na Suécia em 2008 (Foto: Reprodução )