Fórum iBlue
 Resenha: WikiLeaks - A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado Buddy_Group

Bem Vindos ao iBlue GAMES!

Registre-se para obter acesso especial em todo conteúdo presente no Fórum!
Tenha um bom uso do nosso fórum, e seja ativo!





Fórum iBlue
 Resenha: WikiLeaks - A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado Buddy_Group

Bem Vindos ao iBlue GAMES!

Registre-se para obter acesso especial em todo conteúdo presente no Fórum!
Tenha um bom uso do nosso fórum, e seja ativo!





Somos ÚNICOS, somos o SEU fórum


Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

avatar
Membro
Ainda que o livro dos jornalistas do jornal britânico The Guardian, David Leigh e Luke Harding, conte a história de Julian Assange – entenda sobre o WikiLeaks aqui (http://goo.gl/i3UIF) – a intenção de WikiLeaks: A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado, da Editora Verus, é, na verdade, abordar os fatos que os autores consideraram importantes durante todo o “trajeto” do wikileaks, em uma obra muito atual, que conta com informações do final do ano de 2010.

Desde o prefácio, escrito por Alan Rusbridger, editor do jornal, Leigh e Harding apontam para uma dualidade relacionada a Assange. Seria ele um vilão ou um herói? Teria ele realmente colocado tantas vidas em risco, como afirmaram os Estados Unidos? Seria ele um messias da informação, ou apenas um cyberterrorista? Durante toda a obra, os autores percorrem esta duplicidade de caráter da personagem principal do maior vazamento de informações confidenciais que o mundo já viu.

Outra personagem que desde o começo tem sua importância destacada é Bradley Manning, o soldado raso e hacker estadunidense responsável por conseguir os dados tão sigilosos do governo de seu país. Homossexualismo, problemas com uma família partida, inteligência acima da média, decepção com o mundo, problemas de autoafirmação; tudo isso é apresentado como a aura que cerca este soldado que se tornou tão essencial.

O livro dá a merecida importância a estas duas personagens, a seu devido tempo. Primeiramente, a história de Manning com seus problemas na infância, em sua família e seu gosto por computadores. Depois disso, a infância de Julian Assange, com seus problemas na infância, em sua família e seu gosto por computadores. Não, estas palavras não estão repetidas; realmente, há uma importante semelhança entre a história destes dois hackers.

Manning mereceu um capítulo inteiro no livro, tamanha a sua importância. Retratado como um jovem homossexual não-assumido (já que o Exército dos EUA permite que homossexuais façam parte da corporação, desde que não “saiam do armário”), um hacker brilhante e um soldado deprimido com tudo o que descobriu dentro das Forças Armadas e no campo de batalha, ele foi essencial para o “projeto de Assange”.

Para entender os detalhes da ascensão do WikiLeaks, os autores contam sobre sua ligação com servidores na Suécia – um país onde as leis de proteção à informação são mais desenvolvidas. A preocupação de Assange quanto à segurança das informações que sua organização possuía era tão grande que toda a comunicação entre seus membros era feita através do Tor, um sistema de criptografia desenvolvido pelo próprio governo dos EUA. Todas essas histórias preparam Assange e o WikiLeaks para sua primeira grande aparição, em 2007, no Quênia.

Entretanto, os autores fazem questão de dar a devida importância ao primeiro impacto de repercussão mundial, com o vídeo do helicóptero Apache, em abril de 2010. Ainda que as fotos de denúncias de torturas pelas tropas estadunidenses tenham gerado mais discussões, Leigh e Harding destacam que o vídeo do incidente em que dois repórteres da Reuters foram mortos em Bagdá gerou boas discussões sobre as operações militares dos EUA no oriente médio.

Voltando a Manning, os autores passam a dar grande importância à psicologia do jovem soldado e sua disposição a fazer amizade com o hacker Adrian Lamo que, mais tarde, o denunciaria às autoridades militares dos EUA. Durante esta fase de confidências com Lamo e antes de ser denunciado, Manning mostrava sinais amargura com a sociedade, e, arriscam os autores, mesmo com a humanidade.

Descritas estas tão complexas personagens, o livro passa a contar a história por trás do acordo entre Julian Assange e os principais jornais do mundo para a divulgação de tão importante material. Jornalistas do The Guardian, da Inglaterra, do The New York Times, dos Estados Unidos, do El País, da Espanha, do Le Monde, da França e da revista Der Spiegel, da Alemanha, foram os escolhidos para divulgar o gigante vazamento. A ideia de diversificar os países para o vazamento era, primeiramente, pela questão óbvia de ser publicado em mais línguas e, além disso, para evitar que a o The Guardian fosse acusado de ser “contra os EUA”.

Os primeiros vazamentos foram compostos pelos diários de guerra do Afeganistão e do Iraque. Os autores destacam seu impacto e algumas das histórias divulgadas pelo WikiLeaks. Mas, assim como eles mesmo afirmam, o maior vazamento ainda estava por vir, como os mais de 250 mil telegramas secretos de diplomatas e membros de governo dos Estados Unidos.

E é aí que a própria história do livro tem uma pausa, para contar sobre a acusação de assédio sexual que Assange sofreu na Suécia. Durante muitas páginas Leigh e Harding contam com detalhes os dias que o inventor do WikiLeaks passou no país nórdico e destacam como esta notícia foi erroneamente divulgada, já que muitos veículos de comunicação afirmaram que o australiano estaria sendo acusado de estupro.

O próximo passo para a equipe de jornalistas foi processar a imensa quantidade de telegramas, editá-los para que nomes de fontes fossem preservados e fossem escolhidas as histórias que tivessem maior interesse para os leitores. Como os autores viveram este processo, sua descrição é muito interessante e completa. De acordo com eles, a principal preocupação era com as leis de espionagem e com relação à proteção jurídica dos próprios jornais no caso de uma retaliação por parte do governo estadunidense.

Nas páginas finais do livro, os autores contam sobre a repercussão das matérias e a forma com que cada jornal tratou de contá-las. Além disso, o julgamento de Assange passa a ser tratado com um destaque um pouco maior, com mais informações sobre audiências, pedidos de fiança e sobre a repercussão mundial deste julgamento e seu impacto no futuro do WikiLeaks.

Uma das coisas mais interessantes do livro é que há, nos apêndices, alguns dos telegramas considerados importantes pelos autores, com uma boa explicação sobre eles. Entre os assuntos dos telegramas então o presidente francês Nicolas Sarkozy, o governo russo e seu envolvimento com criminosos, os abusos de famílias reais do oriente médio, entre outros.

O livro WikiLeaks – A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado é uma obra muito interessante para quem quer saber um pouco mais sobre os bastidores, a origem e os desdobramentos do maior vazamento de informações confidenciais desde os Papéis do Pentágono, na época da Guerra do Vietnã. A obra não é uma biografia de Julian Assange, longe disso, mas sim a história de como nasceu e foi criado este fenômeno da liberdade de informação possível graças ao combatismo político de um homem e o descontentamento de um jovem soldado frente ao que descobriu acontecer nos campos de batalha.

WikiLeaks – A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado
David Leigh e Luke Harding
Editora Verus
Entre R$ 20 e R$ 35 em diversas livrarias

iPad
Membro Perdido
Parabéns.Adorei

Effect
Membro
Topico movido para Noticias>Entretenimento

-Malignus
Membro Avançado
iPad escreveu:Parabéns.Adorei


Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos