Olimpíada faz maravilhar pessoas pela infraestrutura criada num país. Fico horas à frente da TV assistindo às Olimpíadas... Isso me faz bem! Mas, quando saio ao trabalho, e aos meus olhos, ouvidos e nariz chegam estímulos que me fazem refletir. Parado no trânsito, por conta de alagamentos e ruas que não conseguimos trafegar e ao meu lado, trabalhadores estressados e apertados nos ônibus, que com certeza se atrasarão para o trabalho, farão parte, como eu, de uma engrenagem chamada megaeventos esportivos no Brasil.

Continuo a pensar, parado dentro do carro, será que estamos preparados e somos competentes para realizar tais eventos? Como cidadão mortal e preocupado com o que acontece no Brasil (altos valores escondidos em cuecas e meias, mensalões e cachoeiras de dinheiro rolando) fico em dúvida sobre essa nossa competência organizacional e “licita”! E pasmem, ainda não comentei sobre o esporte no País. Como profissional da área, vejo questões preocupantes com o que vem por aí!

Como fazer esporte de alto nível se não temos uma política de esporte séria no País, antes dessa, uma educação séria? Como fazer esporte de alto nível se não massificamos e qualificamos atletas, professores de educação física, treinadores e comissão técnica multidisciplinar envolvida no esporte? Como competir em alto nível se não enxergamos o como detectar e o aperfeiçoar nossos talentos?

Essas questões me angustiam! Mas, a Copa do Mundo de 2014 está à nossa frente, e não vemos organização para o trabalho com a nossa seleção Brasileira de futebol... Emocionados, acreditamos que dois ou três jogadores resolverão os problemas do jogo. E quanto à olimpíada, cito o caso do atletismo e da natação em Londres, que nessas modalidades classificam os atletas por índices e observei a ausência de Brasileiros em várias provas nessas modalidades; isso reflete no que comentei anteriormente (massificar e qualificar); ainda lembro a questão emocional; pois duas das nossas maiores estrelas nessas modalidades desistiram de competir durante a olimpíada...

Será que estamos preparando bem nossos atletas? A ciência ainda está distante deles? Temos que diminuir a distância entre o conhecimento científico oriundo das universidades até o atleta. Mas, chamando atenção, não dá para voltar atrás... A Copa e a Olimpíada estão confirmadas, e nós temos que ficar atentos a cada passo que é dado com o dinheiro público e cobrar transparência nas ações políticas com o esporte, fazendo com que elas aconteçam (esporte, saúde, educação e ciência), não podemos aceitar um país com 190 milhões de habitantes com uma “participação” sem expressão numa olimpíada. Com essas palavras de cidadão, alerto; cobrança e esclarecimentos são necessários, para que no futuro não passemos por maiores dificuldades por conta de mega eventos esportivos realizados no Brasil!